brasil na bandeja
O momento exige coragem para lutar pelo Brasil ou covardia para entregá-lo. Escolha seu papel na história.

A falta de conhecimento do povo brasileiro sobre sua própria história, suas riquezas e seu potencial transformou esta grande nação num lugar onde todos podem tudo — menos o próprio brasileiro. Vivemos numa terra onde a invasão de outras nações acontece por vias legais, tendo os líderes do Legislativo, do Executivo e do Judiciário como garantidores. É a pátria sendo entregue de bandeja por seus próprios traidores.

Não tenho dúvidas de que, para o Brasil ainda não ser aquilo que tem vocação para ser, é porque existem brasileiros que traem a pátria. São bem pagos para defender os interesses do país, mas se vendem para, na prática, servir aos interesses de outras nações.

Vivemos um momento crucial, onde serão separados os homens dos meninos — aqueles que realmente lutam por uma pátria livre e próspera, daqueles que lutam apenas para se manter no poder, mesmo que isso custe sacrificar o próprio país e condenar as futuras gerações ao fracasso e à miséria. Nesse sentido, o maior inimigo do homem é o próprio homem diante do espelho.

As decisões ou omissões feitas agora impactarão a história a médio e longo prazo — assim como aquilo que vivemos hoje é fruto das decisões e omissões de gerações anteriores.

Já se passaram 500 anos. Onde estamos? Onde queremos chegar? Somos um país rico em tudo: belezas naturais, reservas minerais, criatividade, resiliência, inteligência. Mas parece que nos faltou um senso de significado e propósito coletivo enquanto nação. Faltou brio, amor-próprio, faltou patriotismo e orgulho do que temos e do que somos.

O Brasil olha para outras nações sempre de baixo para cima, mesmo tendo aquilo que muitas delas não têm. Usando uma linguagem atual: o Brasil não se empodera! Pelo contrário, se submete, se humilha, permite-se ser invadido pela porta da frente, com fronteiras desprotegidas, sendo corroído de dentro para fora por representantes traidores, juízes injustos, o crime organizado em todas as esferas da sociedade, a impunidade, a corrupção institucionalizada, a violência nas ruas.

Ninguém nos ensinou ou insistiu que deveríamos dominar. Pelo contrário. Fomos doutrinados a calar, a olhar para tudo de bom e esperar que venha da França — nunca do Brasil. Nos depreciamos, nos maltratamos. O complexo de vira-lata, impregnado nas decisões que tomamos, afasta-nos do nosso verdadeiro destino.

Países destruídos por guerras tornam-se potências em poucas décadas. Enquanto isso, o pacífico Brasil confunde-se com um Brasil acomodado, medíocre, que em 500 anos nem se conhece direito, que se proíbe de tudo, se maldiz, adora se depreciar e valorizar o que vem de fora, sem enxergar o que possui dentro. Existe uma lacuna enorme na mente e na alma de gerações. Muitos partem, outros não têm para onde ir. A história repete-se, e continuamos aqui, dando passos de tartaruga e admirando os avanços alheios. Um país de oportunidades que frequentemente se transforma no país que mais perde ou desperdiça oportunidades — e por isso não consegue consolidar-se em nada, mesmo sendo muito bom em muitas áreas.

Por que falar do preço fatal da ignorância? Porque hoje vejo com mais clareza o quanto o Brasil é boicotado pelo próprio brasileiro — o mesmo que reclama do Brasil que construiu. Sim, conseguimos ser os próprios agentes dos maiores problemas que nos afligem.

Isolaram os indígenas do acesso à cidadania, deixando-os geograficamente afastados de tudo o que poderia lhes dar dignidade. Mas os demais brasileiros também só tiveram um acesso limitado — o suficiente apenas para colocá-los num patamar mediano, que os inibe de crescer. Aliás, sonhar com crescimento tornou-se petulância, arrogância, pecado — até crime, especialmente para quem mora na Amazônia.

Estamos presos num emaranhado de sentimentos e pensamentos limitantes, passados de geração em geração. Heróis verdadeiros foram transformados em vilões, enquanto vilões recebem homenagens como heróis — tudo isso sustentado por uma história contada por quem se autointitula guardião de uma verdade absoluta.

Nossa mentalidade foi moldada para termos comportamentos contrários ao nosso destino real, tornando-nos os principais inimigos dos nossos sonhos enquanto nação.

Não é difícil dominar e subjugar um país que não se enxerga como gigante e cuja noção de orgulho está apenas na canção do hino. Ao longo dos séculos, o Brasil foi usado, saqueado, abandonado, explorado. Hoje, cambaleia tonto, tentando tatear o próprio caminho como nunca antes. Nessa busca, a internet é uma grande aliada. Podemos olhar para o outro lado do mundo e, ao ver o outro, adquirir uma perspectiva mais real sobre quem somos. Indo pessoal ou virtualmente para longe, percebemos quem somos — e o que poderíamos ter sido, mas nunca fomos.

Perguntamo-nos: por que em outros países os povos indígenas vivem sem interferência externa, enquanto no Brasil há sempre imposições? Por que o mundo decide sobre o Brasil, e nós temos de nos comportar como meninos de 500 anos que apenas podem concordar com decisões externas, porque discordar da Europa é “feio”? Por que sequestraram nossa capacidade de reflexão, a ponto de validarmos nossa própria incapacidade de decisão? De onde vem essa mania de omitir-se diante de intromissões e depois culpar aqueles a quem abrimos as portas?

Alguma vez o Brasil interferiu em como outras nações cuidam de seus territórios, mares ou florestas? Existe alguma ONG brasileira atuando no exterior em defesa dos interesses nacionais? Por que essa naturalidade — e permissividade — em achar virtuoso que outros países nos digam o que fazer com o que é nosso?

No Norte, o abuso sexual infantil é visto como “cultural”, mesmo sendo crime. Será que o abuso internacional do Brasil também virou cultura — mesmo sendo um crime evidente contra nossa soberania?

Diante de tantos absurdos, a pergunta que permanece é: de que lado cada um de nós vai lutar? A favor ou contra o nosso país? A omissão significa posicionar-se contra.

As guerras de hoje são diferentes. Não podemos nos orgulhar de sermos um país pacífico e ignorar a guerra real que vem sendo travada contra nosso desenvolvimento. Uma guerra que fatia o país para quem der mais, deixando o povo com o prejuízo dobrado. Perdemos riquezas, compensações — tudo!

Temos um governo entreguista que, para concluir seu serviço, recorre ao totalitarismo judicial e à censura. Um governo que ouve da maior democracia do mundo a sentença de estar vivendo uma ditadura — e que, contraditoriamente, pede ajuda de uma das maiores ditaduras do planeta para “salvar” a democracia com censura.

Parece que, quando o gigante começou a despertar, tentaram aplicar-lhe um mata-leão e aprisioná-lo para sempre. Perdemos o momento de reação, o instante de nos vermos como grandes e potentes como sempre fomos — mas nunca enxergamos.

A força-tarefa internacional é impedir-nos de olhar nossa verdadeira imagem no espelho. Somos como um leão que aprendeu a ver-se como um gatinho indefeso, fraco, dependente de favores eternos. Somos o país mais rico do mundo, domesticado para viver de esmolas. Um povo que ainda não aprendeu a colocar a nação acima do Estado, e a lutar por ela como uma mãe luta por um filho amado.

Hoje aprendi que obsessão é mais poderosa que talento. Que essa obsessão nos inspire a tomar decisões estratégicas agora, para que não fracassemos como nação — mesmo com tanto talento.

Adriana Garcia

Jornalista na Amazônia

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