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 russo

Em nome de uma política externa ideológica, o Brasil perde parceiros, credibilidade e afunda economicamente.

Enquanto o Brasil é impedido de desenvolver sua própria matriz energética, o diesel russo, importado em plena guerra contra a Ucrânia, chega livremente aos nossos portos — inclusive ao Amapá, Estado que há mais de uma década aguarda a liberação para explorar petróleo na Margem Equatorial. Um contrassenso que coloca em risco a soberania nacional e evidencia alianças obscuras que o governo federal prefere não explicar.

Uma incoerência que ameaça a soberania

Há 12 anos a Petrobras aguarda autorização do Ibama para explorar petróleo a 500 km da foz do rio Amazonas e 175 km da costa amapaense. O projeto poderia garantir segurança energética, geração de empregos, desenvolvimento regional e maior arrecadação para o país. Mas a liberação é sistematicamente travada sob o argumento ambiental.

Por outro lado, navios russos atracam tranquilamente no Porto de Santana (AP) trazendo diesel — um derivado do mesmo petróleo que o Brasil não pode explorar. O mesmo Amapá, impedido de usar seus próprios recursos, agora importa combustível de um país em guerra, violando sanções internacionais e alimentando um conflito que o Brasil, oficialmente, diz não apoiar.

A denúncia e a atuação parlamentar

A primeira a reagir e a denunciar foi a deputada federal Silvia Waiãpi (PL/AP), uma das vozes mais firmes na defesa da soberania brasileira. Ao tomar conhecimento da chegada dos navios russos, relatada pelo Jornal do Commercio em 9 de abril de 2024, ela solicitou, imediatamente, explicações formais ao procurador-geral de Justiça do Amapá, Celso Ramos dos Santos, e denunciou a situação na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN), da qual é suplente.

No ofício encaminhado, a deputada alerta para possível sonegação tributária e aponta perda de receitas que deveriam ser investidas em saúde e educação. “Essa triangulação comercial, feita sob sigilo e sem fiscalização, pode configurar crime e precisa ser investigada com rigor”, afirma Waiãpi.

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 Sílvia Waiãpi (PL/AP) denunciou sobre os navios russos atracados no Porto de Santana ainda em abril de 2024

Triangulação, spoofing e o uso do Brasil como laranja

Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), ao menos 215 mil metros cúbicos de diesel com origem declarada na Rússia foram atribuídos a empresas sediadas no Amapá. Porém, Receita Federal e ANTAQ negam qualquer atracação oficial de navios com bandeira russa no Porto de Santana, sugerindo o uso de terceiros países como fachada para burlar sanções.

Waiãpi chama atenção para uma possível prática de spoofing, falsificação da origem dos produtos para driblar bloqueios comerciais. “Trata-se de uma triangulação ilegal que coloca o Brasil como cúmplice de ditaduras e viola normas internacionais de comércio”, denuncia.

Omissão institucional e perseguição política

Para a parlamentar, essa denúncia pode estar diretamente ligada aos processos de cassação que enfrenta, motivados por sua postura firme e independente. "Querem me calar porque estou revelando o que poucos têm coragem de enfrentar", disse.

Enquanto isso, órgãos como o Ibama permanecem inertes diante da chegada do diesel russo — o mesmo Ibama que trava por mais de uma década a exploração de petróleo por uma estatal nacional, altamente qualificada e comprometida com padrões ambientais.

Um jogo geopolítico que pode custar caro

A consequência direta dessa conivência é o desgaste internacional do Brasil. A recente decisão da OTAN em tarifar o Brasil em 100% é vista como uma resposta à aliança informal com regimes sancionados, como Rússia e Venezuela.

Em nome de uma política externa ideológica, o Brasil perde parceiros, credibilidade e afunda economicamente. Enquanto isso, o povo brasileiro paga a conta: combustível mais caro, energia abusiva no Amapá e nenhum acesso às riquezas do próprio território.

Por que importar o que temos em abundância?

A pergunta que ecoa é direta: por que o Amapá precisa importar petróleo russo se há petróleo sob seus pés? Por que impedir o desenvolvimento de uma região carente em nome de um ambientalismo seletivo, enquanto se favorece ditaduras que exploram livremente?

A resposta está nas escolhas do governo brasileiro. Escolhas que sufocam o país, impõem tarifas, causam escassez e aprofundam a dependência internacional — tudo isso em nome de uma narrativa que se autodeclara democrática, mas age como uma ditadura.

Um grito por soberania real

O Brasil precisa urgentemente retomar o controle sobre seus recursos, sua política externa e sua soberania. O povo brasileiro não pode ser penalizado pelas alianças ideológicas de um governo que se mistura com ditaduras e se afasta das democracias.

A cada dia que passa, a conta fica mais alta — e o tempo para reverter esse cenário mais curto. Se ainda há tempo, é hora da nação se levantar, exigir transparência, desenvolvimento e o direito de explorar seus recursos e tornar-se autossuficiente.

Adriana Garcia

Jornalista na Amazônia

www.palavrasdeadrianagarcia.com

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