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 coletiva brasilia

Oposição mantêm coletiva, mesmo sem a participação de Bolsonaro e começa os trabalhos em reação às arbitrariedades do Ministro Moraes.

A entrevista coletiva prevista para as 16h desta segunda-feira (21), que teria a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi vetada por novo despacho do ministro Alexandre de Moraes, sob pena de prisão imediata. A decisão, que impediu o acesso da imprensa ao pronunciamento de um ex-chefe de Estado, não gerou reações contundentes dos jornalistas presentes, como se não percebessem a gravidade do cenário.

A coletiva foi conduzida pelo líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, que fez questão de afirmar que Bolsonaro estava presente no local e participou da reunião com a bancada da oposição. Aos jornalistas, Sóstenes declarou:

“O presidente foi censurado por Alexandre de Moraes. Estamos vivendo uma democracia relativa.”

Ele destacou que a reunião contou com a presença da senadora Damares Alves e de mais de 54 parlamentares que interromperam o recesso para estarem em Brasília diante da crise institucional que, segundo ele, assola o país.

“Temos um desgoverno que antecipa o período eleitoral e abandona o país. Ao invés de resolver o tarifaço americano com diplomacia, Lula debocha dos EUA e faz provocações ideológicas ao se alinhar a líderes da esquerda latino-americana”, acusou Sóstenes.
“Nenhum governo resolve crises internacionais com afrontas, mas com responsabilidade. E é isso que está faltando ao atual governo. Não joguem a culpa na oposição ou no eterno presidente Bolsonaro.”

O parlamentar atribuiu as sanções sofridas pelo Brasil a dois fatores: a “irresponsabilidade do governo atual” e os “abusos cometidos pelo ministro Alexandre de Moraes”. Ele relatou que Bolsonaro presenteou os deputados e senadores com bandeiras autografadas, como gesto simbólico de resistência, e descreveu o ex-presidente como um homem honrado, que se apresentou usando tornozeleira eletrônica, impedido até mesmo de falar com o próprio filho.

“Isso não acontece nem com estupradores ou traficantes. Estamos vivendo uma ditadura da toga, promovida por um Executivo conivente com ministros do STF que estão destruindo o Judiciário brasileiro”, disse Sóstenes.

Oposição apresenta prioridades legislativas

Durante a coletiva, o líder do PL anunciou os três principais pontos da pauta legislativa da oposição assim que os trabalhos forem retomados: anistia ampla aos presos do 8 de janeiro, votação da PEC 333, que altera o foro privilegiado e reação institucional contra o acúmulo de inquéritos no STF nas mãos de Alexandre de Moraes

Além disso, foram criadas três comissões da oposição:

Comissão de Comunicação – liderada por Gustavo Gayer, com o objetivo de alinhar a comunicação da oposição;

Comissão de Mobilização Parlamentar – sob liderança de Cabo Gilberto, que atuará junto às presidências da Câmara e do Senado;

Comissão de Mobilização Nacional – formada para ampliar a voz de Bolsonaro nas ruas e nas redes, liderada por Rodolfo (Agro) e Zé Trovão (Caminhoneiros).

Segundo Sóstenes, essa estrutura tem como objetivo resistir ao que classificou como “estratégia de isolamento” de Bolsonaro.

“O presidente tem milhões de vozes nas ruas. Vamos usar todos os mecanismos legislativos possíveis para romper com a ditadura da toga”, afirmou.

coletiva sostenes

"Eduardo Bolsonaro exercerá o seu mandato de onde ele está morando agora, nos EUA,” garantiu Sóstenes

Damares: Impeachment de Moraes é prioridade no Senado

A senadora Damares Alves reforçou que a pauta única da oposição no Senado será o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

“As ações dele violam os direitos humanos. Sexta-feira, duas idosas – de 71 e 74 anos – voltarão à prisão. Isso é ou não violação de direitos humanos?”, questionou.
“Uma esposa teve o salário congelado, os filhos ficaram sem comida. O mundo inteiro está vendo o que está acontecendo aqui.”

Ela atribuiu os impactos econômicos da atual crise à condução de Moraes no STF e à política econômica do governo Lula.

coletiva bsb

"Todas as ações do Ministro Moraes violam os direitos humanos. Por culpa dele nós estamos sendo tarifados," Damares.

Magno Malta: “O Senado criou o monstro Alexandre de Moraes”

O senador Magno Malta foi ainda mais direto:

“Alexandre de Moraes é um estelionato institucional. O Senado é culpado por sabatiná-lo e manter-se omisso enquanto seus tentáculos tomavam conta do país.”

Malta afirmou ter assinado pedidos de impeachment de ministros como Cármen Lúcia e Gilmar Mendes, e classificou o presidente Lula como “laranja da China”, comparando sua atuação diplomática com a de um ventríloquo ideológico:

“Eles colocam o Lula para falar, e ele repete o que o eixo do mal quer. A economia brasileira está pagando por isso.”

Ao relembrar que foi o autor do projeto da tornozeleira eletrônica, Malta disse:

“Ela não foi criada para inocentes como Bolsonaro. Hoje, o Brasil não tem mais ordenamento jurídico. Destruíram tudo".

Em tom de desafio, afirmou: “Alexandre, tenta a sorte. Põe a mão em Bolsonaro. O azar você já tem.”

coletiva

 "Este é o momento de se redimir, diante da omissão, do medo, da covardia do Senado da República," Magno Malta.

Nicolas Ferreira: “Você acha que a água não vai bater na tua bunda, amigo?"

O deputado federal Nicolas Ferreira lembrou que até criminosos como Suzane von Richthofen, Marcola, Fernandinho Beira-Mar e Lula deram entrevistas da cadeia, enquanto Bolsonaro, inocente, é impedido até de falar.

“Qual liberdade estamos construindo? Muitos se calam porque não se importam com o Brasil. Nós estamos aqui defendendo até a liberdade de jornalistas de esquerda.”

Ele questionou a imprensa, a OAB e o Congresso pela inércia: “Daniel Silveira avisou há 4 anos e está preso há 4 anos. O que mais precisa acontecer? Acha que isso não vai bater na sua porta? Acha que não vai acontecer com a sua família?”

Sobre as ações de Alexandre de Moraes em relação ao congresso, Nicolas disparou: "É muito fácil, nós como jogadores fazermos o gol e quando acaba, vem o juiz sem nenhum voto e fala que o jogo acabou e, na verdade, o outro time que ganhou. É muito fácil comandar dessa forma diluindo, extinguindo a oposição". 

Nicolas destacou que há pessoas presas por crimes banais, como furtar uma bola de futebol autografada por Neymar, enquanto corruptos continuam livres. E concluiu: “Bolsonaro é símbolo de resistência. Não desviou bilhões, não foi condenado por corrupção. Lula prometeu resolver guerras com cerveja de bar e hoje quer jogar toda a culpa do caos econômico em quem nem está mais no poder.”

coletiva bolsonaro

"Se fizeram isso com o ex presidente da república, se já prenderam deputados, o que que  não vão fazer com você, cidadão comum?" Nicolas.

Carol de Toni: “O mundo vê a tirania que se instalou no Brasil”

A deputada Carol de Toni afirmou que o que estão fazendo com Bolsonaro é covardia:

“O Estado de Direito foi rasgado. A censura e perseguição atingem níveis jamais vistos. O STF violou direitos de brasileiros, americanos e até de empresas americanas.”

Ela prometeu continuar lutando: “Estamos aqui mesmo no recesso. Lutaremos com suor, lágrimas e, se necessário, com a vida pela liberdade do nosso país.”

coletiva hoje

"Hoje, não só o Brasil, mas o mundo vê a tirania que se instalou no nosso país". Carol de Toni.

Eduardo Bolsonaro continuará no mandato

Questionado pela imprensa, Sóstenes garantiu que Eduardo Bolsonaro cumprirá seu mandato, mesmo residindo temporariamente nos EUA:

“Ele exercerá o mandato de onde estiver. Sobre a anistia, defendemos que seja total, ampla e irrestrita, conforme a Constituição.”

Em relação ao recesso, Sóstenes explicou que tecnicamente o Congresso está em “recesso branco”, pois a LDO não foi votada. Assim, os parlamentares da oposição decidiram se autoconvocar para seguir com os trabalhos legislativos.

Mobilizações e manifestações previstas

Sobre futuras mobilizações, Sóstenes confirmou:

“Já convocamos manifestação nacional para o dia 3 de agosto, véspera da volta oficial dos trabalhos. Outras ações serão definidas pelas comissões.”

Segundo ele, Bolsonaro gostaria de ter participado da coletiva, mas foi orientado pelos advogados a não fazê-lo, em razão da nova decisão judicial.

“Se vocês, jornalistas, não percebem a gravidade de serem impedidos de ouvir um ex-presidente da República, então algo está profundamente errado com o que vocês aprenderam sobre liberdade de imprensa.”

Sóstenes finalizou:

“Todas as decisões serão tomadas pelas três comissões. E, se tentarem emudecer Bolsonaro nas redes, nós falaremos por ele. E o Brasil também.”

 

Adriana Garcia

Jornalista na Amazônia

www.palavrasdeadrianagarcia.com

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