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Congresso de Petróleo e Gás do Amapá promovido pela OAB teve público expressivo, em seu primeiro dia

Nos dias 09, 10 e 11 de abril, no auditório da OAB-AP em Macapá, está acontecendo o Primeiro Congresso de Petróleo e Gás promovido pela Comissão Especial de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis da OAB. O Primeiro dia teve um público bem expressivo de advogados, autoridades, estudantes e a sociedade civil em geral. 

Esteve presente o Presidente do Sebrae, Josiel Alcolumbre, que parabenizou o Dr. Israel da Graça pela iniciativa e criação desta comissão especial. Ele disse que o Sebrae oferece mais de trezentos cursos online gratuitos, e que não está havendo procura. "Guiana é o reflexo do que eu não quero que aconteça no Amapá, pois os empregos gerados lá não são ocupados pelos guianenses. Se a gente se omitir neste momento, a gente vai ter uma triste notícia. Os empregos não serão dos amapaenses. Nem mesmo o subemprego será ocupado pelo amapaense", advertiu Josiel. Segundo ele, falta pedreiro e servente, sendo que há cursos gratuitos nessas áreas e ninguém faz. Para ele, essa demora não deve ser encarada como problema. Ela é providencial para que o povo do Amapá tenha tempo de se preparar. 

Franck Almeida, Presidente da FIEAP falou que este é um cenário muito propício ao desenvolvimento e que é preciso fazer o dever de casa. As ações precisam ser convergentes.

A Vice-presidente da OAB, Christina Rocha, destacou a presença das mulheres advogadas e falou do desafio das mulheres atuarem nessa área ainda pouco acessada, onde a predominâcia é de homens.  Na sequência, o Dr. Israel da Graça reafirmou o compromisso institucional de lutar pelo desenvolvimento do Amapá. Ele disse que é preciso essa discussão intelectual e o debate jurídico. "Se for necessário, vamos entrar com uma ação civil pública contra quem está impedindo esse empreendimento. Não podemos permitir que nossos interesses sejam deixados de lado. Temos que lutar contra os interesses de outras nações e instituições", disse o presidente da OAB do Amapá. 

A primeira palestra foi realizada pelo vice-governador Teles Junior, mas ele deixou claro que, na ocasião, estava lá como Professor de Economia. Teles Junior afirmou que desde a década de setenta já se estudava a presença de Petróleo na Margem Equatorial. "Ninguém faria 47 leilões em uma região se não tivesse certeza que tem petróleo nessa região", comentou. Teles Junior criticou o fato do Brasil uma hora leiloar e outra hora inibir. Ele pediu que a sociedade permaneça mobilizada e cada um exerça sua cidadania, nesse processo.  Segundo ele, já era possível iniciar a prospecção em 2015, junto com a Guiana. Ele alerta que a Guiana quase quadruplicou o seu PIB, mas a taxa de desemprego continuou a mesma e isso é um sintoma que o crescimento econômico de lá não está alcançando o guianense. O Professor de Economia alertou que não são só bônus. Há ônus, custos, sacrificios. "Vai ter aumento de custo de vida, vai encarecer a construção civil, haverá estrangulamento. O Amapá está se sacrificando para salvar o Brasil, pois o processo de crescimento muito rápido gera, inicialmente, pobreza. Isso vai acontecer se não nos prepararmos: as prefeituras, os empresários, os advogados, todos os setores" reiterou. 

Na sua palestra, Teles Junior levantou algumas questões. Disse que a área urbana do Oiapoque não consegue se expandir. "Como vamos nos organizar para explorar de forma competitiva? É preciso refletir no plano diretor de cada município" alertou. Ele destacou a importância do agronegócio para sustentar esse crescimento e falou que, neste momento, já há carência de analistas para emissão de licenças ambientais. Ele finalizou dizendo que o nosso desafio é reescrever a história do Estado, criar uma cultura empreendedora e encarar toda dificuldade como oportunidade. 

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Allan Kardec destacou que estamos na era da informação e não há informação sem energia.

O presidente da GASMAR, Dr Allan Kardec, fez uma explanação sobre a história da energia no planeta até hoje. Destacou que, em 2010, as maiores empresas do mundo eram de energia e agora, as cinco maiores empresas são de informação e não existe informação sem energia, sem bateria. Seu celular não funciona se não estiver com a bateria carregada. Ou seja, a demanda por energia vai continuar aumentando. A curva é ascendente. As três maiores fontes de energia são petróleo, carvão e gás.  

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Presidente da GASMAR dá uma aula sobre a evolução das fontes de energia no mundo e sobre o que está por vir.

Dr. Allan reforça a necessidade do brasileiro entender de geopolítica para poder entender o que vai acontecer no futuro. É preciso estar atento à nova realidade internacional. "Uma elite está descolada da realidade, debatendo o Brasil sozinha. Nós vamos aumentar o nosso PIB, nós vamos ficar ricos. Eu quero parabenizar essa luta em defesa dos nossos direitos. Os nossos sonhos não podem se tornar mais esperanças perdidas" ressaltou. Para o Dr. Allan Kardec, o Brasil deve muita coisa à Petrobrás, pois ela é uma desestabilizadora da história do Brasil. Ela empurra o Brasil para frente. Ela foi a primeira do mundo a furar além de quatrocentos, quinhentos metros. Fura sete mil metros de profundidade.  

" A França, que é dona da Total, vem para o Brasil dizer o que o Brasil pode ou não pode fazer. Todas essas empresas são ou europeias, ou americanas, ou canadenses" adverte. Ele disse que 25% do Rio de Janeiro depende da indústria de petróleo e gás e que em quinhentos anos, nunca houve uma oportunidade tão grande como essa que está sendo ofertada agora por Deus.

"Todo óleo que é produzido no Rio de Janeiro, e não é pouco, é transportado por navios que funcionam com óleo. São 1.100 navios passando pela região onde se pretende explorar o petróleo. Só a petrobrás vai vazar? O IBAMA não tem poder legal de fazer o que está fazendo e o presidente do IBAMA tem que se posicionar, pois ele é o gestor", esclarece. "Um parecerista do IBAMA tem mais peso que qualquer especialista de órgão público"? Questiona. 

César Gomes Carneiro, representando a Petrobrás, falou sobre a Margem Equatorial no contexto da diversificação, adição energética. Deixou claro que o crescimento econômico demanda muita energia, além de que a indústria petrolífera é abundantemente essencial para o nosso dia a dia.  César disse que se parasse hoje de descobrir novas reservas, daqui a treze anos, o Brasil teria que começar a importar petróleo. "Precisamos democratizar o acesso à energia" disse ele. "A questão da exploração do petróleo na Margem Equatorial envolve a soberania nacional, a segurança energética do país e a Petrobrás é responsável por garantir isso com toda a segurança que já vem fazendo até aqui", finalizou. 

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O petróleo está presente em tudo que usamos, todos os dias. 

O Dr. Gesiel Oliveira falou sobre a presença de um número assustador de ONG's na Amazônia que operam com fundos bilionários com o objetivo de trabalhar a cabeça das pessoas através da desinformação. Eles não estão interessados em preservar a natureza. São financiados, justamente, por quem produz petróleo em seus países e não quer a concorrência. "A COP 30 será o maior palanque mundial de ambientalistas. O IBAMA não está sujeito à presidência do Brasil. Ele está sujeito a forças internacionais que acreditam e disseminam essa ideia de internacionalização da Amazônia" alertou Gesiel. Ele também falou que o próprio planeta tem os seus meios de se recompor e que é preciso despertar para não acreditar em narrativas sobre efeito estufa, mudanças climáticas que, na verdade, são desinformações que pretendem impedir o desenvolvimento da Amazônia. 

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Movimento Petróleo no Amapá Já e IAMPER bem representados no evento. Rozely Martins ladeada de mullheres ativistas sociais

A programação segue nesta quinta e sexta, sempre a partir das 17h e também pode ser acompanhada de forma online através do canal da OAB-AP www.youtube.com/@oabamapaoficial

Adriana Garcia 

Jornalista na Amazônia

 CONTRIBUA QRCODE ADRIANA

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