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 filipe martins

Filipe Martins está entre as centenas de pessoas que perderam seus direitos no Brasil onde quem manda é um ministro do STF.

A Bíblia é muito mais do que um livro em que Deus fala ao homem e o chama para relacionar-se com Ele. Ela é muito mais que um tipo de manual do fabricante ou um compêndio que ensina bons princípios. Ela é um manual de guerra.

Não que tenha sido esse o ideal de Deus, pois Ele é Shalom: paz, prosperidade, alegria. Mas, ciente da queda humana, Ele sabia que, para obter aquilo de que o homem abriu mão ao pecar, haveria um esforço, uma espécie de nadar contra a correnteza de forma constante — e exigiria, sim, estratégias para sobreviver e ter um pouco daquilo que seria o ideal.

Quem quiser aprender sobre como vencer as batalhas travadas no íntimo, bem como as travadas entre nações, tem uma espécie de “Vade Mecum” à disposição. Aqueles que conhecem mais sobre como lutar conseguem ter mais êxito. Em primeira e última instância, a batalha é, essencialmente, espiritual.

A alma vivente é um privilégio dado somente ao homem. O fôlego de Deus foi soprado apenas nas narinas do homem — e é essa alma que está em disputa. Porém, além de ter sido criado por Deus, o homem, quando comprado por Ele, se torna duplamente d’Ele, e isso lhe dá uma autoridade que nenhum governo é capaz de conceder: a autoridade de não temer o que o homem pode lhe fazer.

E foi essa autoridade que eu vi se manifestar no jovem Filipe Martins, que ficou preso por quase sete meses e continua com medidas cautelares por algo que não cometeu, por uma narrativa sem qualquer sentido e por uma investigação que usa documento falso para incriminá-lo.

Ao ouvir seu advogado, Jeffrey Chiquini, ele falou da magnitude desse jovem, que teve mais coragem do que um coronel e não se curvou nem diante de tortura psicológica. Não se submeteu a fazer uma delação de algo que não existe para salvar a própria pele. Filipe preferiu pagar o preço de manter sua consciência limpa, ainda que fosse levado à prisão — ou até à morte.

Isso me fez lembrar a história de Daniel. Ele era um judeu que foi como escravo para a Babilônia, mas que, com seus três amigos, nunca se submeteu a regras que fossem de encontro com sua fé. Esses quatro jovens se tornaram mais sábios do que todos os outros e passaram a ocupar posições políticas elevadas, mesmo em terra estranha.

Isso abalou o sistema vigente — porque não é de hoje. Quando pessoas não se curvam diante de um sistema comandado pelo maligno, elas se tornam uma ameaça a esse sistema e precisam ser banidas.

Foi o que tentaram fazer com Daniel. Ele era conselheiro do rei, fazia muito bem seu trabalho, e não havia nada que desabonasse sua conduta. Daniel era um dos supervisores dos 24 sátrapas do governo de Dario, e estes tinham que prestar contas a Daniel, que era justo. Digamos que ele “não roubava e nem deixava roubar”.

Isso foi suficiente para o “sistema” fazer planos de eliminá-lo, principalmente depois que souberam que o rei iria promovê-lo como governador de todo o império, em reconhecimento ao seu excelente trabalho.

Mas os perseguidores não tinham motivos para acusar Daniel de nada, pois ele não era nem desonesto, nem negligente. Então, os sátrapas resolveram sugerir uma lei que tocasse na fé de Daniel e convenceram o rei a proibir que fossem feitas orações a qualquer outro deus ou homem, somente ao rei — sob pena de ser jogado na cova dos leões.

Mas Daniel continuou orando — e de forma pública — de uma maneira que todos podiam vê-lo na janela de sua casa, três vezes ao dia.

Então, começou a investigação. E Daniel foi condenado por orar a Deus.

Quando um sistema quer exterminar pessoas que, por suas posturas diferentes, o ameacem, até orar vira crime. Nem mesmo o rei queria executar a sentença, por saber da conduta ilibada de Daniel, mas não podia voltar atrás.

Dario passou a acreditar no poder do Deus de Daniel em livrá-lo da boca dos leões. Logo cedo, depois de uma noite acordado, o rei chamou Daniel. Eu sempre me impressiono com esse detalhe: como chamar alguém que, humanamente falando, não teria chance alguma de estar vivo?

E Daniel faz uma declaração linda:

“O meu Deus enviou o seu anjo, que fechou a boca dos leões. Eles não me fizeram mal algum, pois fui considerado inocente à vista de Deus.”

Daniel saiu da cova sem nenhum ferimento, pois tinha confiado em Deus.

E agora vem a curva do anzol: o rei mandou que todos os sátrapas que haviam acusado Daniel fossem jogados na cova dos leões, junto com suas mulheres e seus filhos. E a Bíblia diz que, antes de chegarem ao fundo, os leões os atacaram e despedaçaram todos os seus ossos. Os mesmos leões que não abriram a boca para arranhar Daniel, devoraram aqueles que levantaram falso testemunho contra ele — não poupando suas famílias.

E essa história terminou com um novo decreto, onde o rei Dario reconhece o poder do Deus de Daniel:

“Estou editando um decreto para que em todos os domínios do império os homens temam e reverenciem o Deus de Daniel. Pois Ele é o Deus vivo e permanece para sempre; o Seu reino não será destruído, o Seu domínio jamais acabará.
Ele livra e salva; faz sinais e maravilhas nos céus e na terra.
Ele livrou Daniel do poder dos leões.”

Filipe Martins é o Daniel deste tempo. Ele nunca imaginou passar por tanto sofrimento sem nada ter feito, mas tomou a decisão de ser escravo de sua consciência e manter-se fiel aos seus princípios.

Ele não amou a própria vida, mas se colocou como alguém inocente que teria o livramento do céu — ainda que lhe negassem a justiça da terra.

E hoje, estamos presenciando a farsa sendo desmascarada — e os ministros e seus familiares recebendo sanções duras, vindas de onde eles nunca imaginaram.

Porque quando Deus mantém um Daniel inocente de pé diante de leões famintos, Ele mesmo intervém como Juiz e julga retamente, fazendo os acusadores pagarem por seus crimes.

A família é instrumento de ensino, correção, repreensão — e, ainda que não tenha sido ativa no processo, ela paga o preço junto.

Foi assim também com a família de Hamã, enforcada na forca que preparou para Mardoqueu. Foi assim com os sátrapas e suas famílias diante dos leões famintos que prepararam para Daniel. E será assim sempre, pois de Deus não se zomba — e aqueles que não se dobram ao “sistema” podem contar com a intervenção divina.

Mais cedo ou mais tarde, ela vem — e todos verão o poder da Verdade, do Deus de retidão e Justiça.

Quando um inocente é preso, toda a sua família sofre. Perde não apenas a presença, mas o sustento. Enfrenta o preconceito. Portas se fecham. A injustiça alcança todos ao redor do injustiçado. Nada mais justo do que a justiça alcançar todos os que estão ao lado dos que serão justamente condenados.

Todos os anistiados que são verdadeiramente culpados continuam cometendo atrocidades. É o que vemos com os esquerdistas que, no passado, receberam o perdão por crimes cometidos — e hoje negam o perdão àqueles que sabem ser inocentes.

Mas todos os inocentes, ainda que não anistiados, sabem que um dia sua sede de justiça será saciada — e que, ainda que o Estado nunca consiga reparar o dano, Deus fará com que seu testemunho se torne o estopim para grandes livramentos, com dimensões nacionais, para que decretos sejam feitos exaltando o nome d’Ele, que está acima de todo nome e acima de todo poder!

Filipe Martins é um Daniel deste tempo. E ele nos ensina que a verdade tem um preço: o preço da liberdade interior, ainda que se esteja atrás das grades ou com uma tornozeleira eletrônica.

Porque a prisão dos homens jamais pode tirar a essência de um ser livre — e, neste tempo, aqueles que não amam a própria vida serão os únicos que verdadeiramente poderão salvá-la — e, junto com ela, salvar uma nação!

Adriana Garcia

Jornalista na Amazônia

www.palavrasdeadrianagarcia.com

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