Davi Alcolumbre não é o preferido, é o que o sistema escolheu, e não se discute
Essa semana promete! Dia 01 de fevereiro será escolhido o novo Presidente da Câmara e do Senado. Bom, para o Senado, não é tão novo assim, é mais do mesmo, literalmente. Pelo menos é o que se tem como certo, até o momento. Davi Alcolumbre (União Brasil -AP), aparece como predileto. Resta saber de quem e por que. Eu trocaria predileto por necessário. E necessário a quem? Após dois anos na cadeira, sentado em cima de dezenas de pedidos de Impeachment de minitros do STF, e depois de mais dois anos como Presidente da CCJ, comissão mais importante da casa, continuou ignorando o clamor da sociedade. Sem dúvidas, o melhor nome para o sistema. Fez um excelente trabalho, nesse ponto de vista.
O Senado, único órgão que poderia conter a ditatura da Suprema Corte, segue inerte, colocando em risco a nossa Soberania, nossa Democracia, nossas liberdades mais básicas. Então, se existe o "Xandão" e sua tara por prisão e censura de opositores políticos (que ele nem deveria ter, já que não é político), é porque existe o Alcolumbre que é o senador contemporâneo de todo esse absurdo que assusta até algumas ditaduras vigentes no mundo.
Eu moro em Macapá, e na eleição em que o Davi estava concorrendo com Renan, eu torci por ele. Não por ser o melhor, mas o menos pior. Na verdade, o Brasil chegou onde está, por esse cenário que não cansa de se repetir. E, de menos pior em menos pior, é o povo que está cada vez mais na pior. Quando comecei a pesquisar quem era Davi, me deparei uma uma informação básica: a triste realidade de ter um Presidente da maior Casa de Leis que não tem o Ensino Superior Completo. Em contrapartida, ele herdou as artimanhas política de Sarney, mais do que qualquer filho genético do Gurú que, não se contentando em ter um Estado, criou mais um para chamar de seu.
Quem não lembra do episódio em que Davi segurou por quatro meses a sabatina de André Mendonça? Algo absurdo. Um político que atrasa o Brasil e seu Estado. Por falar nisso, não culpem Bolsonaro, pois quem tinha que tirar Davi da vida política era o povo do Amapá. Confesso que, de todos os resultados em 2022 no primeiro turno, esse foi o pior. Os sinais de que ele nunca mais sairia do poder estavam claros. Agora, por que ele é o "já ganhou" para voltar a assumir a principal cadeira do Senado, eu não me arrisco a dizer. Estamos diante de um político superdotado. Um poder que não se explica. É um articulador nato que consegue convencer que vai fazer o que já teve oportunidade de fazer, e não fez. É como o Lula dizendo que vai acabar com a fome, sendo que não fez isso em outras oportunidades.
Muitos amapaenses caem no conto ou precisam cair no conto, pela falta de oportunidade de se sustentar sem ter que prestar continência a políticos. Acham que o Amapá terá algum benefício se ele for o presidente. Sério? O que ele fez realmente pelo Estado quando esteve na presidência? Eu sei bem o que ele deixou de fazer e que prejudicou o Brasil, incluindo o Amapá. Sua inércia, omissão, colaboraram para o avanço do regime autoritário que estamos vivendo agora. Pena que a maioria dos eleitores não consegue ligar os pontos e se contenta com tão pouco. Sacrifica o futuro por uma necessidade imediata. Agora, temos também o Waldez aliado do atual governo, até Ministro é. Sim, como em outros casos, o Lula escolheu a dedo sua equipe. Lembremos que nos oito anos de Lula, Waldez era governador e aliado e isso nada signficou para o Estado. Continua com os mesmos problemas e sendo esvaziado por quem não aguenta mais esperar que algo bom aconteça e traga ao povo esperança de desenvolvimento.
Davi é a representação da parcela de políticos que mais faz mal ao Brasil. Há quem diga que o centrão é que salva o país dos extremos de esquerda e direita. Mas de salvador, ele não tem nada. É o camaleão da política, alguns chamam de prostituta, mas a gente nem sabe se ainda pode concordar com isso sem receber ordem de prisão. Lembremos que o retrocesso que estamos vivendo, a perda das nossas liberdades e a derrocada econômica que estamos presenciando, só foram possíveis por causa da tal "frente ampla". Centrão topa qualquer negócio, contanto que ele se dê bem, no final. Centrão é formado por pessoas autocentradas, aquelas que, de uma hora para outra, se tornam donas de tudo numa Cidade, e até em um Estado. Centrão não tem amor à patria, somente ao seu bolso. Centrão não defende uma pauta, defende a si mesmo e aos seus interesses. Centrão não faz política, faz negócios. E é fazendo negócios que ele se mantém e mantém o gigante Brasil refém.
O Brasil não precisa apenas se endireitar, precisa sair das mãos do centrão que dita as regras do jogo em governos de direita e esquerda, e que condena o Brasil ao atraso enquanto eles, individuamente, se tornam milionários e temidos em seus Estados. Em 2026, temos a oportunidade de endireitar o Brasil e não mais precisar negociar com os autocentrados que são a camisa de forças nos atrasa e, quando muito, mantém o país onde está. O Avanço não acontecerá com lideranças autocentradas. O avanço acontecerá com patriotas de verdade, pessoas que abrem mão de suas próprias vidas em prol dos interesses de seu povo e não sacrificam seu povo em prol de seus próprios interesses.
Enquanto o centrão for maioria, o povo brasileiro jamais será bem representado. Enquanto ele for maioria, ele será um "mal necessário" que continuará nos causando muito mal e nos impedindo de vivermos a prosperidade e a liberdade que é nossa, por direito e por natureza. Enquanto o centrão for maioria, o futuro do Brasil sempre estará ameaçado. No próximo sábado, se as articulações de negociações se confirmarem, quem ganhará será o centrão, o mesmo que colocou o Pacheco e o mesmo que mantém intactos dos pedidos de impechment de ministros do STF. Ou seja, expectativa zero de mudanças e muita fé para que, pelo menos, não piore. O Brasil continuará pagando uma fortuna para sustentar um Senado que quando muito, nada faz!
Adriana Garcia
Jornalista na Amazônia