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 homem brasil

 Na reconstrução de uma nação, a covardia de alguns pode custar o fim de todos.

Ao longo de toda a história humana, Deus usou pessoas para cumprir o Seu propósito na terra e impactar duas dimensões essenciais: famílias e nações. Essa foi a promessa que Ele deu a Abraão e que cumpriu em Jesus.

Por isso, não adianta buscarmos uma forma impessoal de mudar uma nação com o zelo excessivo de não “idolatrar” pessoas. Reconhecer o papel de indivíduos-chave em uma cidade, estado ou país não os torna perfeitos ou dignos de adoração. São lideranças marcantes que surgem e desaparecem ao longo da história humana. Algumas são ignoradas e têm seu potencial limitado pela cegueira da maioria. Outras são reconhecidas, admiradas e deixam bons exemplos a serem seguidos.

Dito isso, quero refletir sobre por que o Brasil — um país maravilhoso em tantos aspectos — está em frangalhos, precisando da ajuda de uma democracia externa para voltar aos trilhos e recuperar a liberdade garantida por lei.

As coisas, sejam boas ou ruins, não se manifestam no coletivo antes de se manifestarem no individual. Os impactos morais, sociais ou econômicos que recaem sobre todos nós são, antes de tudo, reflexos de decisões individuais.

Hoje, pessoas que lideram a nossa nação — não apenas nos três poderes, mas também na imprensa, no mercado, nas universidades e no alto escalão do funcionalismo público — acumulam projetos e ambições pessoais muito acima dos projetos para o Brasil. Quanto mais interesses particulares prevalecem, mais distantes ficamos de alcançar os interesses coletivos.

Estamos há 200 anos proclamando nossa independência. Mas o que fizemos com ela? Será que ela realmente existe? Se não existe, por que não existe? Já ouvi dizer que a solução não começa com as respostas, e sim com as perguntas.

Ao longo da história, muitos se dedicaram a melhorar apenas sua própria vida, adquirindo patrimônio ou conhecimento, enquanto o pensamento no que é coletivo não passou de um discurso vazio, desacreditado.

O Brasil sofreu, e ainda sofre, com lideranças cheias de projetos ambiciosos que não reservaram tempo para pensar nas decisões que sustentariam o país. É raro encontrar um político que termine a vida com uma condição modesta. Entrar na política, para muitos, é sinônimo de enriquecer e garantir a impunidade de seus crimes. Não é à toa que tantos criminosos se refugiam nela. Assim, a estrutura que deveria servir ao interesse público acaba sendo usada para sustentar os interesses privados.

Foi assim que chegamos ao ponto em que estamos. Não existe fórmula mágica para reparar os prejuízos causados por esse egoísmo exacerbado que domina quem deveria servir ao povo. Mas é possível — e urgente — gerar em cada um de nós a consciência de que os interesses da nação precisam estar acima dos nossos próprios.

Cada profissão deve ser vista como uma oportunidade de servir à construção de uma nação verdadeiramente independente, que saiba onde quer chegar, que tenha direção clara e que siga nesse caminho independentemente de partidos políticos. Precisamos de parâmetros, de um norte, e de que todos se submetam a eles — e não a instituições ou pessoas.

A nação é maior que o Estado. Nação é o que somos intrinsecamente como povo organizado, não apenas geograficamente, mas também culturalmente. O Estado deve servir à nação, e não o contrário.

Infelizmente, interesses particulares cresceram tanto que passaram a ser impostos como se fossem os interesses do próprio Estado — que foi criado para servir à nação. Pessoas se fundiram com o Estado, usando-o para executar seus planos individuais e, assim, sacrificando a nação.

O Estado se tornou a personificação dos interesses de quem se sente dono da pátria. Mas tudo começou com indivíduos pensando mais em si mesmos.

A Bíblia nos manda amar a nós mesmos, mas nos desestimula a amar a própria vida. São coisas diferentes: posso me amar, cuidar de mim e evoluir por zelo próprio, sem amar a minha vida a ponto de preservá-la a qualquer custo. E é exatamente de pessoas assim que o Brasil precisa neste momento — pessoas que se amem, mas que não amem a própria vida.

Não amar a própria vida é fazer o que precisa ser feito, mesmo que nos custe a própria vida. Civilizações inteiras foram salvas porque pessoas não amaram a própria vida e se arriscaram por algo muito maior que seus interesses. O dever cumprido foi mais importante que o conforto da omissão. Eram pessoas que não se calaram quando suas vozes podiam libertar uma geração, e que não se perguntavam: “O que vou ganhar com isso?”.

Em maior ou menor grau, cada um de nós pode colaborar na construção de uma nação próspera e livre. Essa missão começa de forma individual e se torna grandiosa quando muitos a assumem. É assim que os planos da nação se sobrepõem aos planos individuais.

Nações fortes são construídas por pessoas fortes e destemidas. O covarde, ao contrário, quer usufruir do resultado do sacrifício alheio sem pagar o preço. Não entende que, na reconstrução de uma nação, a covardia de alguns pode custar o fim de todos.

Se Deus tiver misericórdia do Brasil e nos der a chance de nos livrarmos deste regime, espero que os planos pessoais diminuam e que os planos para a nação se multipliquem em cada mente e coração. Há muito trabalho a ser feito e um exemplo digno a ser deixado como herança para as próximas gerações.

Adriana Garcia

Jornalista na Amazônia

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