O Brasil assiste e sofre dois anos desse governo e os que nunca se encantaram, perguntam: "Que pai dos pobres é esse"? Lula é o candidato de uma pauta só. Acabar com a fome no Brasil. E não lhe faltou tempo para cumprir a promessa. Afinal, diretamente, ele teve 8 anos seguidos, dos quais os ventos da economia mundial estavam completamente favoráveis até para um semianalfabeto como ele, conseguir essa proeza, mas ele não a fez. Deixou para a "companheira" Dilma que jogou o país na maior crise econômica dos últimos anos, que só se supera com a crise atual, na terceira chance de fazer o que nunca fez e está cada vez mais longe de fazer. Aliás, todos os passos de Lula são para piorar a vida do brasileiro médio e, muito mais, dos de baixa renda.
Não precisa pensar muito para ligar os pontos. Ele disse que, quando alguém começa a ganhar um pouco mais e estudar um pouco mais, já não quer votar no PT. Então, a meta é a população se manter na ignorância e ganhar cada vez menos, para se encantar com fantasias e cair no conto do vigário. O ódio à classe média, que é quem carrega esse país nas costas, exala a cada medida econômica, desde imposto do pecado, até taxação do pix. Afinal, como nas melhores ditaduras, só podem existir duas classes: uma elite política, econômica, artística e midiática de um lado, e a grande massa de miseráveis do outro. Vide Venezuela e Cuba, modelos de um fracasso que eles chamam de sucesso e inspiração.
A classe média é a grande inimiga que trabalha e sonha em melhorar de vida, prosperar, que não se vitimiza e nem aceita esse sistema de castas e de dependência de esmola estatal. Ela ousa acreditar que pode ser mais, pode ir além. Ela também acredita que o conhecimento é importante, e como não passa fome, ainda consegue estudar, refletir e não engole a estória da picanha, da passagem aérea de 200 reais. Ela é a vítima de violência nas mãos dos que Lula chama de trabalhadores que roubam porque têm direito a tomar uma cervejinha. Como a classe média não é ludibriada, precisa ser lançada na pobreza, e aí com fome e desarmada, fica fácil dominar. Plano perfeito.
Muitos dizem que esse governo está dando errado. Discordo. Ele está dando muito certo para o objetivo pelo qual foi posto lá: Destruir o Brasil em tempo recorde e deixá-lo sem chances de recuperação. Bom, mas falemos do pai dos pobres, que até o pior padrasto consegue ser melhor do que ele. O pobre que ainda considera Lula como um pai, não precisa de inimigos. Ele é pai mesmo para os banqueiros, para os especuladores financeiros. Pai para a elite do funcionalismo público. Ele é aquele que tira do autista para dá para o artista. Excluiu milhares de pessoas do BPC, nem mesmo diabéticos tipo 1 poderão mais receber. O sagrado café de todo dia está o olho da cara. Fazer supermercado causa pressão alta até em quem não é hipertenso. A dengue matando como nunca. Vacinas vencidas jogadas no lixo. Falta até para sarampo. Quem diria, aqueles que acusavam Bolsonaro de genocida na pandemia, destruidor de girafas da Amazônia, acumulam recordes de queimadas e até insulina nas farmácias e postos falta.
Bom, agora o Brasil pelo menos não tem mais dúvidas. Somos o país com o maior imposto do mundo. Onde isso ajuda o pobre eu ainda não sei. Mas a Miriam Leitão e a Daniela Lima devem saber. Recorde de famílias endividadas e já sem crédito e Cesar tralli dá a saída no Jornal Hoje: "Calma, relaxa, respira, há de ter uma saída". Se fosse na época de Bolsonaro, a narrativa seria outra. Por falar em narrativa, ela está ficando institucionalizada. Tem até o IBGE para atestá-la com números, e números não mentem, né? Acreditem que a taxa de desemprego é a menor da história. Não acreditem no que os seus olhos vêem. E nem mesmo no que suas famílias, vizinhos, amigos estão passando. Tudo ao seu redor é fake news. A verdade que lhe tranquiliza você encontra na Globo. Sim, aquela que já bateu recorde de lucro com dinheiro público e, realmente não tem do que reclamar.
O pobre que tinha acabado de receber a água no nordeste, volta a ficar refém de carro pipa. Uma psicóloga preside um órgão de infraestrutura e você que "vá para a ponte que caiu"... falo sério. Não é uma frase para cobrir aquela que a gente não quer dizer. A ponte caiu. Pessoas morreram. Prejuízos enormes para caminhoneiros, para o agro, mas pobre não come ponte, nem caminhão né, Leitão? Pobre agora, se tiver sorte, come um produto fora da validade, na promoção.
E o agro brasileiro que alimenta no mundo um a multidão? Boicotado com queimadas suspeitas, demonizado por um governo que está de joelhos para a agenda verde, que é um fracasso no mundo inteiro. E assim, heróis se tornam criminosos e criminosos se tornam heróis. A pobreza se prolifera, o salário mínimo congela, três sacolas de compras o levam todo embora. Pobre não sabe se come ou se paga a energia, se paga o aluguel ou se a prestação do celular, pois o que tinha, teve que entregar para o trabalhador do Lula uma cerveja tomar.
Mas há uma saída para a sua alma aflita. Assiste globo que você vai se tranquilizar, ao saber que a realidade que você sente na pele não passa de uma fake news da direita, dos fascistas, nazistas, bolsonaristas, golpistas. Na globo, você vai aprender receitas de como é bom comer abóbora, pé de galinha e que, bom mesmo, é aquela comida que venceu mês passado. Agora "tá de boa" comer o arroz e feijão vencidos que antes faziam o governo multar os supermercados. É o papai cuidando muito bem da sua multidão de filhos. O importante é que ele, sua digníssima esposa, seus companheiros, sua equipe de ministros estão muito bem, brigado, e Fernanda Torres vai concorrer ao Oscar.
Algo que pode funcionar, quando começar a se agoniar, é fazer uma mentalização noturna. Fecha os olhos, se concentra e escuta o papai Lula sussurrar no seu ouvido: É ruim, mas é bom. Aceita e não reclama, senão o malvadão do Bozo volta. Aquele que equilibrou as contas, que deu lucros às estatais, aquele que enxugou a máquina pública, aquele que ampliou o número de beneficiados e o valor dos benefícios do bolsa família e até incrementou com décimo terceiro. Aquele que diminuiu e isentou impostos. Aquele que passou 4 anos sendo caluniado e, mesmo assim, lutou até pelo direito e liberdade para quem mentia sobre ele continuar falando o que queria. Aquele que você tanto teme e tanto lhe fez bem, ele pode voltar. Então, engole o choro, e se não der para tomar um cafezinho, inventa uma receita de vento, o vento que a Dilma estocou e assume esse pai que só lhe ferrou com muito amor.
Adriana Garcia
Jornalismo na Amazônia