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 fake randolfe

A população precisa aprender a chegar informações de seus representantes e discernir as narrativas

O episódio Waiãpi e a construção de narrativas

Esta semana, apareceu em minhas lembranças um vídeo de 2019 em que o senador Randolfe Rodrigues fala sobre o assassinato de dois caciques e a invasão de 50 garimpeiros em terra indígena Waiãpi, no Amapá. Porém, as investigações não confirmaram a presença desses 50 garimpeiros, confirmaram a morte de apenas um cacique e não havia indícios em seu corpo de morte violenta, sendo as investigações voltadas para suspeita de afogamento.
Portanto, aquele alarde não passava de uma narrativa — porém com aparência de verdade — na qual muitos incautos acabam acreditando.

Na época, o objetivo era opor-se ao governo Bolsonaro e falar tudo que pudesse culpá-lo e descredibilizá-lo. O grande problema é que, depois de dito, fica por isso mesmo. O povo não costuma checar a verdade e “se emprenha pelos ouvidos”, como diziam os antigos.

Isso serve tanto para acreditar em acusações falsas contra opositores políticos quanto para aceitar méritos falsos atribuídos a si mesmo. E isso é preocupante, já que Randolfe está há  quase 16 anos representando o Amapá usando a mesma estratégia — e a verdade fica sufocada no meio do caminho, como se sequer existisse.

Contradições acumuladas ao longo da carreira

Muitas vezes contraditório, Randolfe ilustra isso, por exemplo, na época da COVID, quando acusou Bolsonaro de genocida e participou ativamente de uma CPI para incriminá-lo, mas simultaneamente homenageou um grupo de médicos do Amapá que salvou vidas justamente aplicando o protocolo de tratamento precoce defendido por Bolsonaro.

Outra contradição esquecida por muitos é o fato de Randolfe ter sido atuante defensor da Lava Jato, denunciando o governo petista da época — e, hoje, ser líder do governo composto pelos mesmos atores que foram condenados por corrupção.

Esse trânsito entre lados opostos é preocupante e nos acende um alerta: até que ponto devemos confiar em suas afirmações ditas com tanta veemência?

A disputa Alcolumbre x Lula e a falta de posicionamento claro

Recentemente, com o racha entre Alcolumbre e Lula, fica a pergunta que não quer calar: de que lado Randolfe ficará?
Parece falta de personalidade, sempre travestida de um discurso eloquente que, lamentavelmente, ainda convence alguns.

Desconhecimento proposital da realidade da saúde no Amapá

Outro fato que chama atenção é termos um senador com dois mandatos — e ainda por cima líder do Governo no Congresso — que deveria conhecer a estrutura de saúde do Estado que representa.
Mas Randolfe escolheu outro caminho: o da autopromoção vazia, sustentada na fabricação de feitos inexistentes, mesmo que isso signifique desinformar mais de 700 mil amapaenses.

Ao divulgar um vídeo em 28 de junho desde ano afirmando ter “entregado o primeiro aparelho de densitometria óssea da rede pública do Amapá, para o pobre fazer exame”, Randolfe não apenas falseia a realidade: ele omite deliberadamente que a Prefeitura de Macapá realiza densitometria óssea desde abril de 2022 no Centro de Especialidades Dr. Papaléo Paes, fato amplamente registrado por veículos como G1 e TV Amapá.

Se eu fosse senadora do Estado há quase duas décadas, eu teria era vergonha de anunciar que só agora o Amapá tem um aparelho de desintometria óssea. A sociedade precisa aprender a refletir sobre isso. 

É importante esclarecer que mesmo não sendo da responsabilidade do poder municipal oferecer saúde de média e alta complexidade, o Dr. Furlan encarou o desafio e tornou esse serviço realidade já há 3 anos, onde os usuários dos SUS podem fazer esse e outros exames de diagnóstico graças a essa iniciativa. De fato, se não fosse a gestão da prefeitura de Macapá, a população do Estado que precisasse de uma dessintometria óssea teria que continuar pagando esse custo na rede de saúde privada em pleno 2025.

A ausência de verdade se repete quando o senador tenta apresentar como “inédita” a realização de tomografia com contraste no Hospital Universitário. Desde abril de 2023, o Centro de Especialidades Dr. Papaléo Paes opera com tomógrafo moderno, oferecendo contrastes, sedação e exames de alta complexidade diariamente à população amapaense.

O problema não é desconhecimento — é má-fé política

Nada disso é segredo, nada disso é novo.
Tudo está documentado, publicado e comprovado.
Por isso, quando Randolfe insiste em anunciar como “primeira vez” serviços que existem há anos, não se trata de equívoco: trata-se de má-fé política, construída com o claro objetivo de apagar o trabalho do prefeito Dr. Furlan.

Randolfe sabe exatamente o que faz. Finge que nada existia antes de sua visita ao HU porque admitir a verdade significaria reconhecer o trabalho do Prefeito Dr. Furlan, seu adversário político e principal liderança em ascensão no Amapá — com entregas reais e reconhecidas pela população.

E isso, para o senador, parece ser inaceitável, a ponto de faltar com a verdade sobre os dados da saúde.
Senador Randolfe tornou-se negacionista?
Um político que propaga fake news para se promover?
Um terraplanista que não acredita nos feitos do Prefeitão?
Que insiste em negar o que até cego vê?

Silêncio da imprensa e o papel da mídia marrom

Há um ponto ainda mais grave.
Nenhum veículo de comunicação do Amapá apontou o erro grotesco da narrativa de Randolfe.
Muitos desses veículos já tinham publicado matérias elogiando e reconhecendo os serviços de tomografia com contraste e densitometria oferecidos pela Prefeitura de Macapá. Diante dos anúncios falsos do senador, optaram pelo silêncio.

Quando a imprensa abandona seu papel, aceita versões convenientes e engole aquilo que sabe ser falso, ela deixa de ser imprensa: torna-se mídia marrom, mídia de interesses — um desserviço ao jornalismo sério e à democracia.

A afronta à inteligência dos amapaenses

Imperdoável é ver um senador da República usar sua imagem e sua autoridade para enganar o povo e tentar reescrever a história da saúde pública de Macapá, onde mora 60% da população do Estado.
Isso não é apenas desrespeito: é afronta direta à inteligência e à dignidade dos amapaenses.

A cidade que Randolfe parece “ter descoberto agora” já existe.
Macapá cresce sob a liderança do prefeito Dr. Furlan, gestor que transformou a rede municipal em referência: IMPE, Centro de Especialidades Dr. Papaléo Paes, Clínicas-Escola Coração Azul, nova rede de urgência e emergência com bases modernas do SAMU e os avanços da obra do Hospital da Prefeitura — todos marcos inéditos e consolidados.

Negar isso por conveniência eleitoral é um ato covarde.

O aviso das urnas

O Amapá amarga a triste realidade de ter dois senadores que o Brasil em peso rejeita e que poderiam ter evitado muito do que estamos vivendo hoje. Randolfe é um deles — e seu mandato finda em 2026.

Com essa característica de “lacrar”, afirmando o que não se confirma com os fatos, restará ao eleitor amapaense começar a checar o que ele fala.

O recado para quem tenta distorcer a verdade é direto: a população vai dar o troco nas urnas.

Adriana Garcia

Jornalista na Amazônia

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