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 marco rubio

As sanções são contra quem não respeitou as leis e o povo americano e serão aplicadas dentro do seu território.

Que inveja dos Estados Unidos, que têm a capacidade e, principalmente, a coragem de aplicar sanções contra autoridades de qualquer lugar do mundo que atentem contra as liberdades do seu povo. Enquanto isso, nós, brasileiros, seguimos sendo obrigados a sustentar, a peso de caviar e privilégios, exatamente aqueles que esmagam nossos direitos enquanto fingem defender a democracia.

Sinceramente? Pouco me importa o que vai acontecer com Xandão e sua trupe diante das sanções dos EUA. O que me envergonha profundamente é continuar impotente, assistindo de dentro do meu próprio país às ações dele, que avançam, na velocidade da luz, contra todas as nossas liberdades.

O recado que o mundo inteiro está assistindo, ao vivo e a cores, é que o parlamento brasileiro é covarde, omisso, complacente… e, sim, cúmplice dos absurdos que estão se normalizando por aqui.

Chega a ser surreal que alguém ainda tenha a coragem de dizer que vivemos uma democracia. Quando a maior democracia do planeta sanciona os nossos próprios juízes supremos, e o presidente do Brasil se orgulha de pedir conselhos à China sobre como regular redes sociais, fica impossível sustentar qualquer ilusão de normalidade democrática.

Estamos numa guerra em tantas frentes que parece um pesadelo sem fim. Pior: pagamos o legislativo mais caro do mundo para ele assistir, de braços cruzados, ao avanço de uma ditadura togada. Nenhuma voz se levanta para falar em crime de responsabilidade dos presidentes da Câmara e do Senado, que, desde 2019, abriram mão das suas prerrogativas e se recusam a pautar pedidos de impeachment contra ministros que rasgam diariamente a Constituição.

E seguimos assim… assistindo, de longe, a coragem de Trump de enfrentar seu próprio sistema, enquanto, do lado de cá, as arbitrariedades só se acumulam, sem freios e sem contrapesos.

Eu, honestamente, não sei mais a quem recorrer. Porque de onde deveria vir reação, vem omissão. De onde deveria vir coragem, vem silêncio. De onde deveria vir justiça, vem inércia, ou, pior, cumplicidade. E o que o mundo inteiro já percebeu, nossa própria liderança finge que não vê.

O Brasil está sequestrado por meia dúzia de ministros que se autoproclamaram a própria lei, rasgaram a Constituição e transformaram suas vontades em normas. As consequências disso vão muito além das prisões arbitrárias e da perseguição ao cidadão comum. Isso afeta diretamente nossa economia. Afinal, quem, em sã consciência, investiria num país onde não há mais segurança jurídica, nem Estado de Direito?

Às vezes me pergunto o que ainda se ensina nas faculdades de Direito deste país, já que tudo aquilo que está nos livros virou pó. De que adianta estudar leis que não são mais aplicadas? Também me pergunto: por que mantemos uma justiça de primeira e segunda instância se, no fim, tudo se resolve nas mãos de meia dúzia na terceira?

Vivemos num país onde a OAB não defende mais a lei. Onde a imprensa não defende mais a liberdade de imprensa. Onde as instituições deixaram de ser confiáveis, corrompidas não apenas por interesses, mas pelo total desprezo aos princípios que deveriam sustentar a democracia.

Os golpes que recebemos vêm em sequência, como se tudo fosse friamente calculado para não termos tempo de respirar, reagir, organizar. Só de assistir, já é um cansaço exaustivo, uma sucessão de choques que vai nos roubando a esperança, dia após dia.

Até quando? Até quando seremos esse país do escárnio, onde bandidos têm direitos garantidos e cidadãos de bem vivem com medo da "justiça"?

Não sei exatamente quais serão os efeitos práticos das sanções americanas sobre Xandão e seus colegas. Mas, honestamente, minha maior dúvida continua sendo: quem vai, afinal, conter suas ações aqui dentro? Quem vai nos proteger da loucura, da psicopatia, do autoritarismo e dos crimes cometidos em nome de uma lei que se chama “ego”, “vontade pessoal” e “poder sem limites”?

Quando um país precisa assistir outra nação punindo seus próprios algozes, é sinal de que fracassamos. Como povo, como república, como nação.

Resta saber se ainda há fôlego e coragem para nos reerguermos.

Adriana Garcia

Jornalista na Amazônia

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